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Onde encontro o Tejo

Na baía acompanhamos o movimento de sedimentação, finos grãos de todos os tipos vem aqui calhar.

Na parte posterior das placas de azulejo industrial, podemos ler o desenho do mapa do concelho de Seixal, com a indicação da baía e também das cidades de Lisboa e de Barreiro. Toda a linha de água que percorre os espaços quadriculados conduz a leitura da carta, desdobrada, de cor levemente encarnada, piso de outrora. Nos espaços informados, percorremos os pontos de embarcação, as ruas principais, as áreas residenciais. Ao lado, um feixe de cana-de-açúcar, colhido na horta comunitária, deixa à mostra uma semelhança de cores e de linhas nos detalhes dos nós e das raízes. Em uma das pontas do feixe, pequenas boias encontradas na praia. Na base do mapa, uma placa de cobre indica a direção de leitura a seguir.  

Onde encontro o Tejo. Isabelle Catucci. 2021

Onde encontro o Tejo. Isabelle Catucci. Azulejo com inscrições, cana de açúcar, bóia e cobre. 

1,60 x 1,00 x 0,07m. Foto da autora. 2020.

O mapa é preenchido pela água das afluências, influências distantes.

Na cerâmica há o retorno ao objeto de terra industrializado, friamente calculado, recortado em espaços compositivos no chão.

Percorrer o sentido dos materiais, aqui, é saber da estranheza da cana em terra tão pouco propícia para o cultivo, de um passado que aflora e sedimenta em detalhes, que sobe à superfície no remanso do ohar.

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O rio Judeu encontra o rio Tejo na baía do Seixal. Antes de desaguar no oceano, os contos sobre os rios retomam as histórias das naus e caravelas de outrora.
Âncora 1
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