isabelle catucci
ARTE
série em porcelana sobre o sistema cartesiano de medida, a circunscrição do tempo sobre as projeções espaciais, os desejos de memória e arquivo.
Esquadrias submersas
Os mapeamentos indicam pontos de referência espacial em esquemas reticulados que constroem planos, responsáveis em orientar nossa imaginação espacial e direcionar nossas ações no tempo. Nestes estudos, a cerâmica recompõe os espaços em distorções e representações desarticuladas deste sistema pretensamente sólido, reconfiguradas pela temperatura, pela água e pela refração da luz.
As esquadrias são estruturas de passagem, normalmente utilizadas para sustentação de portas e janelas. São elas as molduras dos espaços vazios, dos recortes das paredes que deixam a paisagem e a vida transpasssar.
Na série esquadrias submersas busco um diálogo entre a tentativa de retenção da experiência espacial a partir de mapas e grades, construídos em peças frágeis de porcelana, que fazem referência aos papéis de cadernos quadriculados, ao mapa múndi e aos trechos territoriais demarcados simbolicamente.
A submersão está atrelada à semântica do espaço, o vazio preenchido pela fluidez das interpretações, uma vez que o território está circunscrito pela sociedade ocidental a partir de representações gráficas de mapeamento.
As molduras destas concepções, trazidas aqui como esquadrias, procuram relativizar o olhar sobre este tipo de representação espacial, uma vez que ele abre margem para a passagem, ao mesmo tempo em que mergulha em abstrações sobre a espacialidade.
Porcelana esmaltada e com engobe, faiança, espelho e água. 0,20x0,20x 0,20m. 2017
Porcelana e faiança: 0,32 x 0,40 x 0,03 m. 2017. Foto: Felipe R. Pacheco
0,18x 0,20x 0, 15m. 2017. Foto: Felipe R. Pacheco
Subversão. Porcelana e engobe. 0,36 x 0,24 x 0,05 m. 2017. Foto: Felipe R. Pacheco
Porcelana e faiança: 0320 x 0,40 x 0,03 m. 2017. Foto: Felipe R. Pacheco
Série Esquadrias Submersas. Exposição Arte Pesquisa. MusA. 2019. Foto: Douglas Fróis